sábado, 23 de julho de 2016

O Evangelho Segundo a Filosofia - Aurélio Schommer

Em "O Evangelho Segundo a Filosofia" , Aurélio Schommer analisa como a História e a Filosofia moldaram, ao longo dos séculos, a percepção do livro mais lido e influente de todos os tempos. Guia moral? Revelação? Receita de bem viver? Para a filosofia, o Evangelho pode ser tudo isso. Mas, principalmente, é a mensagem do homem mais influente de todos os tempos, o Verbo divino, o sofista crucificado, como definiu o primeiro filósofo grego a mencionar o Cristo. Como dizia Voltaire, se aceitamos o Evangelho como revelação, toda a filosofia se torna inútil. É só seguir Jesus. Muitos, como Pascal, o fizeram, mas seguiram filosofando. Uma abordagem única, capaz de quebrar dogmas e paradigmas seculares. Leia um trcho do livro: " É para o seu bem”, diz o torturador. “É para o bem de todos”, diz o assassino vestido com o uniforme oficial da pátria. A ação a partir do imperativo categórico é meio e como meio é sentida e tem efeito, por mais que vise a “bons” fins. É para o bem de todos que se mata o judeu ou o dissidente do socialismo. Não, não é, pois ao fim nunca se chega, só os meios são reais, e não se deve matar em nenhuma circunstância, endossa Jesus a lei mosaica.

O idealismo alemão ou cambojano, que o seja (Comte era italiano; Rousseau, suíço; Che Guevara, argentino), é uma árvore que produz como frutos cadáveres de consciência em nome da razão, do combate a “superstições”. O idealismo começa por não tolerar a divergência para em seguida não tolerar o segredo, o privado, terminando por não tolerar a timidez no entusiasmo pela causa, pelos fins que devem se tornar “lei universal”, conforme Kant.

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