sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Bisa Bia, Bisa Bel - Ana Maria Machado



A menina Bel encontra um dia uma foto de sua bisavó Bel, entre as coisas de sua mãe. A partir daí, ela inicia uma relação de muitas descobertas com essa pessoa tão importante na vida de sua família e na da própria. Até que surge uma menina inesperada. Uma relação de amizade e troca, capaz de emocionar a todos.

Três gerações encontram-se com sensibilidade e poesia nesta verdadeira obra-prima de Ana Maria Machado.

O livro Bisa Bia, Bisa Bel foi publicado originalmente em 1982, e desde então foram mais de 500 mil exemplares vendidos, além de um rol de prêmios, entre eles o Maioridade Crefisul(1981), o Bienal São Paulo de melhor livro infantil do biênio (1984) e o merecido lugar na Lista de Honra do IBBY (1984).

Tive uma ligação quase que "transcendental" com esse livro sou movida a histórias não resolvidas e saudades que vem do nada... Risquei a palavra saudade do meu vocabulário mas esse ano de 2015 essas "saudades" viram a tona com um turbilhão de memórias... Acredito que os livros nos encontram no momento certo. E depois de várias indicações (Ana Luísa Bussular do Blog Minha vida como ela é... e Revista da Livraria Catarinense) encontrei essa edição na biblioteca da faculdade na qual dividimos com uma escola...

Morrendo literalmente de amores...
Durante uma das arrumações de sua mãe, Isabel toma contato com o passado, por meio dos objetos e fotografias que as duas encontram numa antiga caixinha de madeira. Uma das fotos era da mãe, o que já inquieta bastante a menina.
“Eu olhava para minha mãe e para o retrato da menina, achava meio gozado aquilo, minha mãe criança, brincando no galho de um camelo, pensando em balão d’água. E era meio esquisito, ela grande ali na minha frente, sentada no chão, explicando as coisas” (p. 8).
Mas as coisas se complicam mesmo quando ela se depara com o retrato de sua bisavó, Beatriz. Para surpresa de Isabel, ao tentar colocar a foto no bolso, ela começa a ouvir uma voz – este foi o começo das longas conversas que teria com Bisa Bia, que passaria então a acompanhar a menina na escola e nas brincadeiras, sempre dando conselhos e opiniões, e deixando-a às vezes em situações embaraçosas com os colegas. Mas, afinal,
“Como é que eu podia explicar (…) que Bisa Bia estava existindo agora para mim?”
A história é contada pela própria Isabel, em primeira pessoa, num tom espontâneo que reproduz bem o fluxo do pensamento da protagonista, com leveza e alguns toques de humor, mas com uma delicadeza e ingenuidade capaz de levar às lágrimas o leitor mais sensível. A curiosidade e o estranhamento marcam os títulos dos capítulos – “Pastel bochechuda”, “Tatuagem transparente”, “Trança de gente” – e nos fazem tentar antecipar os acontecimentos.



Bisa Bia, a voz da tradição e de um outro modelo de feminilidade, não apreciava as brincadeiras “de menino” de Isabel, que não eram coisa de mocinha bonita e bem-comportada. Mas, apesar das censuras, o contato com Bisa Bia faz com que a menina conheça coisas de um tempo que já passou – toucador, baba-de-moça –, e a autora faz dessas pequenas descobertas um elemento interessante que apela para a curiosidade e passa longe de um aprendizado puro e simples. Contrapondo-se a Bisa Bia, surge então, num momento-chave para a personagem, Neta Beta, uma outra voz que começa a se intrometer nas conversas apresentando um ponto de vista bastante diferente.

As duas vozes, de Bisa Bia e Neta Beta, acabam fazendo com que Isabel encontre um meio-termo entre as duas maneiras de ser menina e mulher. Nas palavras dela,
“Impossível saber sempre qual o palpite melhor. Mesmo quando eu acho que minha bisneta é que está certa, às vezes meu coração ainda quer-porque-quer fazer as coisas que minha bisavó palpita,cutum-cutum-cutum, com ele… Mas também tem horas em que, apesar de saber que é tão mais fácil seguir os conselhos de Bisa Bia, e que nesse caso todos vão ficar tão contentes com o meu bom comportamento de mocinha, tenho uma gana lá de dentro me empurrando para seguir Neta Beta, lutar com o mundo, mesmo sabendo que ainda vão se passar muitas décadas até alguém me entender. Mas eu já estou me entendendo um pouco – e às vezes isto me basta.” (p. 53)
Este trecho é um exemplo marcante de como Ana Maria Machado encontra-se em harmonia com os sentimentos da pequena leitora, afinal a maioria das meninas, na infância, fica insegura sobre como se comportar, sobretudo diante dos meninos.


Ilustração e projeto gráfico estão em sintonia, e remetem ao próprio clima da narrativa. Suaves e delicadas, parecendo feitas a lápis, em preto de branco, remetem ao passado e à tradição, favorecendo uma apreciação reflexiva do que se vê e lê. As ilustrações, premiadas com o Jabuti em 1984, retratam cenas atuais da personagem, mas também objetos da época de sua bisavó que povoam o imaginário da menina.

O desfecho é emocionante e surpreendente, e a protagonista descobre por si mesma que as três – Isabel, Bisa Bia e Neta Beta – juntas são invencíveis. (ladomilla.blogspot.com )


Durante uma arrumação, a mãe de Isabel encontra uma foto dentro de uma caixinha toda enfeitada, uma foto da Bisavó da menina. Isabel achou a foto tão fofa, Bisa Bia tão bonitinha com a boneca em mãos que conseguiu convencer a mãe a emprestar a foto para ela levar para a escola, contanto que não perdesse.

Logo Isabel perde a foto e começa a imaginar que mesmo não estando com o retrato, Bisa Bia sempre estará com ela no seu coração. Isabel constantemente fala com Bia (só que na sua cabeça), elas começam a conversar sobre a época de antigamente e sobre hoje em dia. Todas as coisas que mudaram, as novidades e o que não existe mais.

“Bisa Bia (...) mora dentro de mim. E até pouco tempo atrás, nem eu mesma sabia disso.”

A história é muito fofa, principalmente no final. É uma conversa divertida entre duas gerações, ou três gerações de vez em quando. Ficamos louquinhos para descobrir como era aquela época que já passou e pensamos como será o futuro.

A narrativa de Ana Maria Machado em primeira pessoa pela voz de Isabel, é fantástica, li o livro em uma sentada só.

As personagens são bem divertidas, ficam, confundido uma a cabeça da outra. Cada uma pensa que uma forma e acha que está fazendo certo do seu jeito, mas os tempos vão mudando, os jeitos de pensar também.

Embora o livro seja infanto-juvenil, gostei de reler pela quarta vez (hehehe), a gente também vai aprendendo bastante, descobrimos que as geladeiras eram de madeira e as pessoas precisavam comprar barras de gelo para colocar dentro, aprendemos o que eram bisotês, como eram as comidas, como todas as meninas sabiam bordar...

O interessante é que a autora passou por muitos lugares e aprendeu muitas coisas antes de escrever o livro, visitou tanto escolas quanto ouviu histórias e tomou chá com avós. (sopramenores.blogspot.com )


A menina Bel encontra um dia uma foto de sua bisavó Bel, entre as coisas de sua mãe. A partir daí, ela inicia uma relação de muitas descobertas com essa pessoa tão importante na vida de sua família e na da própria. Até que surge uma menina inesperada. Uma relação de amizade e troca, capaz de emocionar a todos.( anamariamachado.com )


Certo dia, num dos raros momentos em que sua mãe, não muito organizada, resolve arrumar a casa toda de uma só vez e remexer cantos há muito esquecidos, Isabel descobre um pequeno retrato de uma menina muito bem arrumada que se parece um pouco com ela: é Bisa Bia, delicada como uma boneca, de vestido de renda. A partir da descoberta desse retrato, que Bel passa a levar consigo para todo o canto, inicia-se uma convivência íntima entre a menina e sua bisavó, que ela nunca chegou a conhecer – como diz a garota, sua bisavó passa a morar “dentro dela”, num canto escondido do seu corpo, invisível para os outros. Essa convivência, porém, será menos harmônica do que a princípio se poderia supor: Bisa Bia não consegue aceitar que Bel use calças compridas e brinque de pega-pega junto com os meninos. Uma outra voz dentro de Bel, porém, irá fazer frente às posições de Bisa Bia: a de Beta, bisneta de Bel, que nascerá num momento ainda distante do futuro, para quem ser mulher não significa de modo algum ser frágil e bem comportada... caberá à menina do presente encontrar o ponto médio entre as duas vozes que brigam dentro de si e fazer suas próprias escolhas.
Bom, pode se dizer que é bem doido a história do livro, mas é o tipo de livro que faz sucesso por ter a criatividade mais completa de todas, óbvio que uma foto não pode falar com a gente, e isso é o que eu acho legal nesses tipos de livro que tem esse tipo de coisa: Criatividade.
Quando eu li o livro, eu não queria mais parar de lê-lo por que me deixava feliz que Bel pode finalmente conhecer sua bisa Bia por uma foto, e isso é incrível por que tem muitas pessoas que não chegaram a conhecer nem sua avó e o livro mesmo sendo uma ficção é completo por realidade.

O livro traz lembranças boas como nossa própria infância, os meninos que a gente achava que se apaixonava, as amiguinhas que conosco pulavam corda, a sujeira nas nossas calças brancas que enfureciam as mães na hora de lavar, tudo isso me passou pela cabeça quando eu li este livro, eu me lembrei de tudo que aprontei quando era pequena, de tudo que fiz e de tudo que aprendi, este livro é realmente incrível
Um detalhe que eu me esqueci de dizer seria que o livro tem diversas capas, em alguns livros tem desenhos com pitura, em outros só a escrita então vocês caso queiram comprar, compram a adaptação do modo que quiserem. É óbvio que este livro é recomendável e ele é ótimo e divertido! (leitoraneurotica.blogspot.com )


Quando comecei a ler a decepção foi tomando conta de mim aos poucos.
Este livro conta a história de uma garotinha que estava olhando umas fotos e achou a foto de outra garotinha que por acaso era sua bisvó quando criança.
A garota se interessou pela história da bisa e como achou a foto linda resolveu levá-la para todos os lugares, inclusive pra escola. Até que um dia ela foi brincar com os amigos e colocou a foto dentro de um bolso que ficava na altura da barriga. Adivinhem que coisa terrível aconteceu? A foto entrou na coitada da menina! E agora ela podia ouvir uma voz vinda de dentro de si mesma que conversava com ela; a voz da própria bisavó. O caso era que a bisavó dela tinha ido pro futuro pra falar com a bisneta. E depois o mesmo aconteceu com a garota, ela encontrou sua bisneta no futuro e assim por diante. ( Mika )


Este livro conta a história de uma menina que, no convívio imaginário com sua bisavó e sua bisneta, aprende a conviver consigo mesma. Três tempos e três vivências que se cruzam e se completam numa só pessoa, a menina Isabel. O diálogo de Isabel - ou melhor, de Bel - com sua avó - Bisa Bia - e, depois, com sua futura bisneta é uma mistura encantadora do real e do imaginário, levando o leitor a perceber as mudanças no papel da mulher na sociedade.

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